Sempre tive muita vontade de conhecer o Teatro Municipal de
Niterói porque, através de fotos e de reportagens na televisão, havia percebido
que o seu interior se parecia muito com o antigo Cine Teatro Trianon da minha
infância e pré-adolescência.
Nunca deixo de apreciar sua fachada exterior todas as vezes
que passo em frente. E são muitas as vezes que passo por lá!
Há alguns anos atrás, encontrei os portões abertos do Teatro
Municipal de Niterói e o senhor responsável pela limpeza deixou que eu entrasse
para apreciar o seu interior. Mas não deu para ver direito, pois ele havia
acabado a limpeza e estava muito escuro.
Finalmente no domingo 3 de agosto de 2014, com a desculpa de
assistir a peça “Meu Caro Vizinho”, junto com minha família, pude apreciá-lo de
perto. Fiquei muito emocionada com sua beleza.
O Teatro Municipal João Caetano, mais conhecido como Teatro Municipal de
Niterói, realmente me lembrou o antigo Cine Teatro Trianon que minha mãe me
levava nas manhãs de domingo para assistir desenhos animados e o marido da
minha tia Lourdes me levava para assistir os primeiros filmes de Renato Aragão.
Infelizmente nunca assisti a uma peça teatral.
Fomos os primeiros a chegar ao Teatro. Com isso pudemos
apreciá-lo melhor com direito a fotografá-lo com flash. Percebi também que, ou eu havia crescido muito
ou ele era um pouco menor que o Cine Teatro Trianon.
Pude comprovar, através de posterior pesquisa, que realmente
o Teatro Municipal de Niterói era muito menor, pois possui uma capacidade para
400 pessoas enquanto o Cine Teatro Trianon tinha uma capacidade para 1800
pessoas.
A obra foi considerada arrojada e o Trianon na época foi
considerado um dos grandes espaços culturais do País pelo seu tamanho e
arquitetura luxuosa.
O Cine Teatro Trianon era um imponente prédio conhecido como
a casa de sonho e fantasia. Um Patrimônio Artístico e Cultural de cinco décadas
que a população de Campos dos Goytacazes presenciou sua demolição no amanhecer
do dia 27 de junho de 1975, pois sua demolição havia sido consumada na calada
da noite.
O Prefeito José Carlos Vieira Barbosa nada fez para impedir
a demolição do prédio, embora tenha recebido dias antes da demolição um
veemente protesto da Associação Norte Fluminense de Engenheiros e Arquitetos. O
protesto tentava sensibilizá-lo para impedir que aquele importante Patrimônio
Histórico caísse nas mãos de especuladores insensíveis e inescrupulosos. Os
protestos foram em vão. Em seu lugar foi construída uma agência Bradesco.
Baseado no Decreto-lei nº 7.959 de setembro de 1945, que
dizia: “todas as entidades que descaracterizarem, demolirem ou
despersonalizassem uma casa de espetáculos teatrais estariam obrigadas a
construírem uma similar”. Durante 14 anos muitas pessoas cobraram da
Instituição Bradesco o cumprimento desta lei e ela não se intimidou negando a
cumpri-la por falta de recursos.
Porém, numa tacada de mestre, em 1989, o então Prefeito
Anthony Garotinho conseguiu que a Fundação Bradesco fizesse uma doação no valor
de um milhão de dólares para o início da obra do Novo Trianon. Realizando assim
o antigo sonho de muitas pessoas, inclusive o do Jovem Ator de Teatro de Bolso Anthony
William Matheus de Oliveira!
O que também muito me emocionou nas minhas últimas pesquisas
foi constatar que o meu querido amigo de adolescência, fotógrafo das minhas
filhas quando pequenas, Vivinho, isto é, Roosevelt Oliveira Batista, foi o Engenheiro
responsável pela importante obra do Novo Trianon!
Ele possui 14 camarins, 4 banheiros públicos, hall de
entrada social, sala de controle de som e luz, dois níveis de platéia com
capacidade para 800 pessoas, palco com largura: 10,70m e altura: 6,00m.
Ele é lindo! Já assisti a apresentação de uma orquestra sinfônica
em um festival de Inverno de Campos dos Goytacazes.
Fonte:
http://www.culturaniteroi.com.br/municipal/
Fonte:
http://www.culturaniteroi.com.br/municipal/