No terceiro e
último dia, da II Conferência InfantoJuvenil pelo Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, após o café da manhã no hotel, antes de fazermos com muita tristeza
o Check out, ainda aproveitamos um pouco da maravilhosa vista da cobertura do
hotel com a luz do dia.
Logo em seguida
saímos para a SEEDUC, sempre divididos em grupos segundo as cores que
representam os quatro subtemas trabalhados. Como fomos o último grupo a sair do
Hotel conseguimos uma linda foto de todo grupo reunido. Uhuuul! Grupo Azul!
O encerramento da
II CIJMAERJ foi contemplado com uma emocionante apresentação cultural do Coral
do CIEP 441 Mané Garrincha.
Participaram da
mesa de encerramento da II CIJMAERJ: SEEDUC - Deise Keller, MEC – Naiara Campos. MMA – Nilo Diniz, COE - Maria Teresa
de Jesus Gouveia e CJ – Barbara Rustum Andréa.
No auditório da SEEDUC
foi realizada a eleição de 04 (quatro) projetos, 01 (um) de cada subtema (Terra,
Ar, Fogo e Água) que consideraram mais relevantes, transformadores e que
pudessem ser realizados. Foram escolhidos entre os 20 previamente selecionados
pela Comissão Organizadora Estadual COE,
CJs e delegados no dia anterior. Os delegados e delegadas, representantes das escolas,
cujo projetos foram eleitos devem acompanhá-los para a etapa nacional.
Com o Tema ÁGUA, foi escolhido o
Projeto “Vamos Mudar o mundo?” do Colégio Estadual Dr. Mário Guimarães de Nova
Iguaçu que será defendido pela delegada de 13 anos, Milena de Sousa Nunes
Ferreira.
Com o Tema TERRA, foi escolhido o
Projeto “Com Gaia, o amor e o sabor são sustentáveis” do Colégio Estadual
Oliveira Viana de Saquarema que será
defendido pelo delegado de 13 anos, Pedro
Lucas Quintes Coutinho.
Com o Tema FOGO, foi escolhido o Projeto
“Mudar para Economizar” do Colégio Estadual Conde de Nova
Friburgo de Cantagalo que será defendido
pela delegada de 14 anos Maria Eduarda
Gonçalves dos Santos.
Com Tema AR, foi escolhido o Projeto “Como
tornar minha escola sustentável?” da Escola Municipal Maria da Penha Marins
Siqueira de Cardoso Moreira que será
defendido pela delegada de 11 anos, Lorena Pereira Neves.
A IV Conferência
Nacional que se realizará em Brasília de 23 a 28/11/2013, será o encontro de
aproximadamente 700 delegados e delegadas, entre 11 e 14 anos, que já debateram
o tema em suas escolas, nas Conferências Municipais e ou Regionais e nas
Conferências Estaduais. Na Conferência Nacional, esses jovens irão aprofundar a
temática, socializar os projetos, participar de oficinas temáticas.
O Estado do Rio de Janeiro irá
levar para Brasília uma comissão com 27 membros: 4 delegados que defenderam os
projetos escolhidos com seus 4 respectivos professores. 16 delegados são eleitos
pelos próprios alunos e conforme está previsto no regulamento oficial da Conferência foram reservadas três
vagas para os(as) delegados(as) das Conferências das Escolas de comunidades
indígenas, quilombolas e de assentamentos rurais (uma vaga para cada segmento).
É possível verificar essa informação assistindo ao depoimento do Diretor Nilo Diniz no Canal Educachico.
É possível verificar essa informação assistindo ao depoimento do Diretor Nilo Diniz no Canal Educachico.
À princípio fiquei surpresa com a
escolha da delegada Ester Mendes da Silva da Escola Estadual Nelson Pereira
Rebel, localizada em Travessão de Campos, como membro de uma Comunidade Quilombola.
Após
questionamentos e explicações dadas pelos membros da Coordenação e pesquisas, entendi
que a região de Campos dos Goytacazes concentrava o maior contingente de
escravos da província do Rio de Janeiro: 60% da população era escrava.
Que após a abolição, a maior
parte dos antigos escravos continuou trabalhando como cortadores de cana nas
fazendas da região. Destacando que o maior engenho, o de Nossa Senhora da Conceição
e Santo Inácio, possuía 1 400 escravos. Cabe também destacar sobre a região de
Campos que existe um grande número de registros da “rebeldia negra”, com ações
de resistência e violência contra senhores.
Campos dos
Goytacazes pode ser visivelmente comparada, em termos da presença de
afro-descendentes, com cidades como Salvador. Campos foi o último município do estado
a decretar o fim da escravidão e em 2004 e 2005 ainda mantinha clandestinamente
trabalho escravo como demonstram alguns estudos.
Porém, a
crise do açúcar desestruturou o mundo rural provocando migrações para a cidade
e com este fluxo se fragmentou também as expressões culturais negras que tinham
como âmbito o açúcar, o mundo rural e a família.
Como o
distrito de Travessão de Campos absorveu muitos desses afro-descendentes para
trabalhar na lavoura, tanto no plantio quanto no corte da cana de açúcar,
decidiu-se escolher um projeto da escola da região para ser contemplado tentando
com isso fazer justiça socioambiental. Ou seja, conseguir o legado para a
escola, onde os afro-descendentes da região possam desfrutar.
Estou muito
emocionada e feliz, após entender os motivos que levaram a escolha de um
projeto de ação sustentável com um viés quilombola no distrito de Travessão de
Campos. Este foi o lugar em que nasci e vivi até os 24 anos quando me casei e
passei a morar em Itaboraí. E,
principalmente, fico contente, pois a Colégio Estadual Nelson Pereira Rebel, escola
contemplada, foi onde estudei até a 5ª série, além de ter sido o local onde morei durante o
meu 1° ano de vida. Acompanhei a carreira de professora de minha mãe desde meu
nascimento até sua aposentadoria nesse local.
Como minha mãe
era professora da escola, a convite da então diretora, Vicentina Sendra Rangel,
meus pais foram morar na residência anexa à escola onde nasci e aprendi a andar
segurando-me nas pilastras da escola.
Sem contar que a diretora do Colégio, que foi minha amiga de infância e adolescência, Zamite Maria Simão Barreto é também uma linda afro-descendente e a Diretora Adjunta, Denize Miranda Monteiro, foi minha aluna no Ensino Médio, quando estava recém formada.
Sem contar que a diretora do Colégio, que foi minha amiga de infância e adolescência, Zamite Maria Simão Barreto é também uma linda afro-descendente e a Diretora Adjunta, Denize Miranda Monteiro, foi minha aluna no Ensino Médio, quando estava recém formada.
Parabenizo a
todos os organizadores das Conferências já realizadas pelo brilhante trabalho e
embora o Projeto dos alunos da minha escola, "Pedalando nas Trilhas do Meio Ambiente", não tenha sido escolhido para
representar o Estado do Rio de Janeiro na Conferência Nacional em Brasília, já sinto-me
privilegiada. Primeiramente por ter participado da etapa Estadual, saber que
seremos contemplados com a realização do projeto, além de sentir-me
representada pela participação da linda menina afro descendente, da minha terra natal, que será uma das delegadas na conferência Nacional.
E também por ter conhecido pessoas maravilhosas e reencontrado minha grande amiga Vânia Carvalho de Sumidouro. Costumo dizer que a gente se diverte fazendo Educação Ambiental.
Fonte: As
fotos foram gentilmente cedidas pelo Professor Jordan Silveira Ponce do Jornal O Madalenense.
http://conferenciainfanto.mec.gov.br/
http://conferenciainfanto.mec.gov.br/
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