terça-feira, 5 de novembro de 2013

II CONFERÊNCIA INFANTOJUVENIL PELO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (II CIJMAERJ) 01/11/13

        No terceiro e último dia, da II Conferência InfantoJuvenil pelo Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, após o café da manhã no hotel, antes de fazermos com muita tristeza o Check out, ainda aproveitamos um pouco da maravilhosa vista da cobertura do hotel com a luz do dia. 






     Logo em seguida saímos para a SEEDUC, sempre divididos em grupos segundo as cores que representam os quatro subtemas trabalhados. Como fomos o último grupo a sair do Hotel conseguimos uma linda foto de todo grupo reunido. Uhuuul! Grupo Azul!

       O encerramento da II CIJMAERJ foi contemplado com uma emocionante apresentação cultural do Coral do CIEP 441 Mané Garrincha.


       Participaram da mesa de encerramento da II CIJMAERJ: SEEDUC - Deise Keller, MEC – Naiara Campos. MMA – Nilo Diniz, COE - Maria Teresa de Jesus Gouveia e CJ – Barbara Rustum Andréa.

      No auditório da SEEDUC foi realizada a eleição de 04 (quatro) projetos, 01 (um) de cada subtema (Terra, Ar, Fogo e Água) que consideraram mais relevantes, transformadores e que pudessem ser realizados. Foram escolhidos entre os 20 previamente selecionados pela Comissão Organizadora Estadual  COE,  CJs e delegados no dia anterior. Os delegados e delegadas, representantes das escolas, cujo projetos foram eleitos devem acompanhá-los para a etapa nacional.
      Com o Tema ÁGUA, foi escolhido o Projeto “Vamos Mudar o mundo?” do Colégio Estadual Dr. Mário Guimarães de Nova Iguaçu que será defendido pela delegada de 13 anos, Milena de Sousa Nunes Ferreira.

         Com o Tema TERRA, foi escolhido o Projeto “Com Gaia, o amor e o sabor são sustentáveis” do Colégio Estadual Oliveira Viana de  Saquarema que será defendido pelo delegado de 13 anos,  Pedro Lucas Quintes Coutinho.


          Com o Tema FOGO, foi escolhido o Projeto “Mudar   para  Economizar” do Colégio Estadual Conde de Nova Friburgo de  Cantagalo que será defendido pela delegada de 14 anos  Maria Eduarda Gonçalves dos Santos.


          Com Tema AR, foi escolhido o Projeto “Como tornar minha escola sustentável?” da Escola Municipal Maria da Penha Marins Siqueira de  Cardoso Moreira que será defendido pela delegada de 11 anos, Lorena Pereira Neves.



       A IV Conferência Nacional que se realizará em Brasília de 23 a 28/11/2013, será o encontro de aproximadamente 700 delegados e delegadas, entre 11 e 14 anos, que já debateram o tema em suas escolas, nas Conferências Municipais e ou Regionais e nas Conferências Estaduais. Na Conferência Nacional, esses jovens irão aprofundar a temática, socializar os projetos, participar de oficinas temáticas. 


       O Estado do Rio de Janeiro irá levar para Brasília uma comissão com 27 membros: 4 delegados que defenderam os projetos escolhidos com seus 4 respectivos professores. 16 delegados são eleitos pelos próprios alunos e conforme está previsto no regulamento  oficial da Conferência foram reservadas três vagas para os(as) delegados(as) das Conferências das Escolas de comunidades indígenas, quilombolas e de assentamentos rurais (uma vaga para cada segmento). 
        É possível verificar essa informação assistindo ao depoimento do Diretor Nilo Diniz no Canal Educachico.

    À princípio fiquei surpresa com a escolha da delegada Ester Mendes da Silva da Escola Estadual Nelson Pereira Rebel, localizada em Travessão de Campos, como membro de uma Comunidade Quilombola.


Após questionamentos e explicações dadas pelos membros da Coordenação e pesquisas, entendi que a região de Campos dos Goytacazes concentrava o maior contingente de escravos da província do Rio de Janeiro: 60% da população era escrava.
        Que após a abolição, a maior parte dos antigos escravos continuou trabalhando como cortadores de cana nas fazendas da região. Destacando que o  maior engenho, o de Nossa Senhora da Conceição e Santo Inácio, possuía 1 400 escravos. Cabe também destacar sobre a região de Campos que existe um grande número de registros da “rebeldia negra”, com ações de resistência e violência contra senhores.
Campos dos Goytacazes pode ser visivelmente comparada, em termos da presença de afro-descendentes, com cidades como Salvador. Campos foi o último município do estado a decretar o fim da escravidão e em 2004 e 2005 ainda mantinha clandestinamente trabalho escravo como demonstram alguns estudos.
Porém, a crise do açúcar desestruturou o mundo rural provocando migrações para a cidade e com este fluxo se fragmentou também as expressões culturais negras que tinham como âmbito o açúcar, o mundo rural e a família.
Como o distrito de Travessão de Campos absorveu muitos desses afro-descendentes para trabalhar na lavoura, tanto no plantio quanto no corte da cana de açúcar, decidiu-se escolher um projeto da escola da região para ser contemplado tentando com isso fazer justiça socioambiental. Ou seja, conseguir o legado para a escola, onde os afro-descendentes da região possam desfrutar.

Estou muito emocionada e feliz, após entender os motivos que levaram a escolha de um projeto de ação sustentável com um viés quilombola no distrito de Travessão de Campos. Este foi o lugar em que nasci e vivi até os 24 anos quando me casei e passei a morar em Itaboraí.  E, principalmente, fico contente, pois a Colégio Estadual Nelson Pereira Rebel, escola contemplada, foi onde estudei até a 5ª série,  além de ter sido o local onde morei durante o meu 1° ano de vida. Acompanhei a carreira de professora de minha mãe desde meu nascimento até sua aposentadoria nesse local.
Como minha mãe era professora da escola, a convite da então diretora, Vicentina Sendra Rangel, meus pais foram morar na residência anexa à escola onde nasci e aprendi a andar segurando-me nas pilastras da escola.
Sem contar que a diretora do Colégio, que foi minha amiga de infância e adolescência, Zamite Maria Simão Barreto é também uma linda afro-descendente e a Diretora Adjunta, Denize Miranda Monteiro, foi minha aluna no Ensino Médio, quando estava recém formada.
Parabenizo a todos os organizadores das Conferências já realizadas pelo brilhante trabalho e embora o Projeto dos alunos da minha escola, "Pedalando nas Trilhas do Meio Ambiente", não tenha sido escolhido para representar o Estado do Rio de Janeiro na Conferência Nacional em Brasília, já sinto-me privilegiada. Primeiramente por ter participado da etapa Estadual, saber que seremos contemplados com a realização do projeto, além de sentir-me representada pela participação da linda menina afro descendente, da minha terra natal, que será uma das delegadas na conferência Nacional.
E também por ter conhecido pessoas maravilhosas e reencontrado minha grande amiga Vânia Carvalho de Sumidouro. Costumo dizer que a gente se diverte fazendo Educação Ambiental.



Fonte: As fotos foram gentilmente cedidas pelo Professor Jordan Silveira Ponce do Jornal O Madalenense.
 http://conferenciainfanto.mec.gov.br/












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